Era uma vez uma menina que andava sempre distraída. Com os olhos agarrados ao telefone, não reparava no mundo que a rodeava nem em quem com ela queria brincar. Que fazer para lhe desocupar o olhar?

Sentindo que a mãe já não consegue viver sozinha, uma mulher volta para a sua casa de infância. Enquanto tenta adaptar-se à sua nova situação, a mãe parece mergulhar cada vez mais em si mesma.

Uma mulher deambula por entre a impermanência das suas memórias de infância, tentando reconstruir a história da casa onde viveu o seu avô.

Numa cidade outrora tipicamente portuguesa, o bacalhau foi substituído pela salada de abacate, as árvores por gruas e os centros históricos por restaurantes gourmet. O barulho das rodas dos trolleys dos turistas é agora a banda sonora citadina. Uma agente imobiliária tenta persuadir os clientes a alugar apartamentos pouco maiores que caixas de sapatos, mesmo que signifique despejar os inquilinos que lá vivem.

Uma viagem interior sobre a condição de crianças a quem foi diagnosticado PHDA e que lutam contra a sua própria visão de mundo e com o que esperam delas. Uma alegoria sobre a mente e o comportamento dessas crianças.