Passeio de Domingo
Exposição - 3 - Passeio de Domingo
Cenários, personagens e adereços do filmePASSEIO DE DOMINGOJosé Miguel Ribeiro, Portugal, 2009, 20 minSão capazes de guardar um segredo?... Este domingo vai ser diferente. Nem pomos os pés dentro do carro. A mãe e o pai não vão discutir e nós vamos brincar num jardim de couves gigantes.Da ideia ao argumento, do estudo de personagens ao desenho técnico, do molde à marioneta... é grande a viagem feita por um filme de animação de volumes, desde que nasce na cabeça do realizador até ao último dia do último acerto em pós produção.Quem vê um filme de animação de volumes não sonha todo o trabalho de construção que teve de existir antes! De facto tudo o que se vê teve de ser pensado, desenhado e construído. São marionetas, cenários e adereços, tudo coisas tridimensionais e algumas tão pequeninas que cabem na palma da mão... muitas são frágeis e estragam-se durante as filmagens, pelo que é necessário fazer várias réplicas de uma mesma coisa (por exemplo das pernas, dos braços, das pálpebras e mesmo dos olhos!).Quando finalmente se chega à filmagem ainda só cerca de metade do caminho foi percorrido. É aqui que há o set onde todas estas coisas se montam e conjugam, com as luzes, os reflectores, a máquina fotográfica para captação das imagens e o computador onde o filme vai sendo gravado, cena a cena e imagem a imagem, ao ritmo de uns estonteantes 6 segundos (144 fotogramas) por dia e que, no final já na sala de cinema, serão projectados à velocidade de 24 fotogramas de animação por segundo!Finalmente e depois de todas as cenas gravadas há a pós produção que envolve desde correcções de diversa ordem na imagem, ao som, com as falas, os sons ambientes e a musica de fundo, genérico, etc...No estúdio onde durante cerca de 5 meses se passou toda a construção, uniram-se forças para um trabalho hercúleo: Interpretaram-se desenhos e ilustrações, experimentaram-se maquetes, arriscaram-se saídas, escolheram-se materiais, falharam-se tentativas e batalharam-se soluções. Mais cabeçada na parede menos cabeçada na parede, tentou-se a todo o custo que o que nasceu no plano da folha de papel passasse à tridimensão desejada sem perder de vista a imagem inicial do projecto. E deu luta! Mas compensou...Aqui vos apresentamos as marionetas, os adereços, alguns desenhos originais e parte dos cenários.Ana Oliveira, Realização Plástica